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CONFIRA O BATE-PAPO DA CBTP COM O MEDALHISTA KENJI MURAKAMI E SAIBA UM POUQUINHO MAIS SOBRE ESSE ATLETA
CBTP: Como começou a sua carreira no Tiro Prático?
Kenji: Desde pequeno sempre acompanhei meu pai e depois meu irmão nos campeonatos estaduais, catando cápsulas!!! rsrsrs
Com 13 anos de idade, iniciei no IPSC em campeonatos estaduais na divisão 380 light e fiquei até o final de 2014. No Pan-Americano de 2014 em Cuiabá-MT, observei os atiradores da divisão Open e me interessei bastante. Nesse mesmo período meu pai havia comprado uma arma Open e então as "cantadas" começaram. Sempre que tinha oportunidade dizia: "Pai, deixa eu mudar de arma? Queria atirar de Open". Nem preciso dizer que ele foi um pouco resistente, pois eu estava há pouco tempo na Light e ele dizia que era preciso aprender mais o "básico" para ter uma boa base. Depois de muita insistência e também mostrar que a base estava feita, finalmente consegui!
No final de 2016, participei pela primeira vez de um Campeonato Brasileiro; era a etapa final em Medianeira – PR, onde fiquei bem colocado para um atirador estreante em Brasileiro. Sempre sonhei em competir em um Campeonato Mundial, mas já havia perdido as esperanças em conseguir uma vaga na Delegação Brasileira. Então, imaginem a minha surpresa e felicidade quando abri meu e-mail e vi o convite da Confederação Brasileira de Tiro Prático!!
CBTP: Como foi sua preparação para participar do Mundial?
Kenji: Meu pai, Sergio Massao Murakami, foi fundamental em minha preparação, devo muito a ele. Grato eternamente, pai! Assim que recebi o convite, ele traçou treinos para mim, me orientou, deu broncas (fazem parte), e cobrou bastante dedicação e disciplina. Minha mãe Rosana, sempre acompanhou os treinos e me apoiou. Obrigado mãe!
Quando não podíamos ir ao clube de tiro, ele insistia no treino “a seco”. Treinava saque, transição de alvo e recarga em casa mesmo. Meus pais investiram em um personal trainer para meu preparo físico e nas férias escolares meu pai e eu fizemos um curso VIP com o grande Jaime Saldanha Jr. Agradeço a ele pelos fundamentos que aprendi e que me acrescentaram muito!!
Difícil foi conciliar os estudos, trabalhos, provas, treinos, e campeonatos. Mas felizmente posso dizer que tudo valeu a pena, não só pela conquista do título, mas pelo fato de ter representado o Brasil em um Mundial e ter feito muitas amizades.
CBTP: O World Shoot Handgun foi o seu 1º Mundial? Qual foi sua maior dificuldade em disputar um mundial?
Kenji: Sim, o World Shoot Handgun foi o meu 1º Mundial e espero poder participar de muitos outros!
Poucos dias antes da viagem para a França estava muito ansioso e já estava difícil prestar atenção nas aulas. Ao chegarmos a Châteauroux o frio na barriga foi aumentando, mas piorou mesmo quando fomos conhecer o stand de tiro. Neste momento comecei a sentir o que era estar em um Campeonato Mundial. Uma mistura de alegria, euforia, nervosismo e ansiedade! Mas acima de tudo muito feliz!
O que me acalmou e me fez relaxar foi uma conversa informal com meu pai e o Professor Jaime Roberto Maia Saldanha. Ambos me aconselharam a fazer nada além do que eu sabia e havia aprendido. Que eu me divertisse e aprendesse, afinal era meu primeiro mundial. O Prof. Roberto me disse uma frase que nunca vou esquecer: "Atire alegre, quero ver você sorrindo sempre!" Valeu Tio Roberto!!
CBTP: Você esperava ser um medalhista? O que sentiu durante a premiação?
Kenji: Minha mãe sempre me disse para treinar para ser um campeão, não no sentido de me cobrar um título, mas ela queria dizer para dar o meu melhor no treino e em tudo o que fizesse na vida. Portanto, não esperava ser um medalhista, mas treinei e atirei no campeonato dando o meu melhor! E acho que deu certo!
No momento em que chamaram meu nome para subir ao pódio fui tranquilamente. O Guga estava me esperando na entrada do palco e me deu um forte abraço, fiquei feliz porque sempre o admirei. Mas assim que subi no pódio, minhas pernas começaram a tremer de emoção; estava esperando o momento de começar a cantar o Hino Nacional, mas nem consegui ouvir a introdução! (será que estava nervoso?! rsrsrs). Foi um momento que jamais esquecerei. Momento único que só estando lá para saber. Sinto-me muito honrado e orgulhoso por ter feito bonito para o Brasil!
CBTP: Qual a sua expectativa no Tiro Prático a partir de agora?
Kenji: Agora, quero poder continuar me aperfeiçoando cada vez mais e sempre que possível, representar bem o Brasil. Além disso, as amizades conquistadas a cada campeonato são muito importantes, pois nos fortalecem no tiro. O prazer de reencontrá-los é maior que o pódio. Meu pai sempre diz que “o pódio é uma consequência!”. Fiz muitos novos amigos, atiradores brasileiros que ainda não conhecia e de outros países também.
Através do Tiro Prático gostaria de mostrar ao mundo que não importa o lugar onde um atleta se forme, mas com ideais estabelecidos, determinação, perseverança, força de vontade, equilíbrio emocional/espiritual, bom preparo físico, muita fé em Deus, acreditar em si e saber escutar a voz dos mais experientes, qualquer pessoa pode chegar onde quiser!
Quero agradecer minha família, familiares e amigos que me apoiaram e torceram por mim! Agradeço também a Prefeitura Municipal de Lucas do Rio Verde, a SR Veículos, Agrobaggio e Transportadora Ômega. Um agradecimento especial à nossa Federação de Tiro de Mato Grosso (FTMT) na pessoa do nosso Presidente Fernando Raphael Oliveira, que não mediu esforços para ajudar meu pai, a mim e ao Carlos Alberto Molina. Muito Obrigado Raphael!
Meu muito obrigado também à CBTP, na pessoa de nosso Presidente Sr. Demetrius Oliveira, por esta oportunidade ímpar!